IMAGINE!
Enquanto você se veste com cuidado e esmero para uma importante reunião que fará em algumas horas, pensa que chegou a hora de colher o investimento de anos dedicados aos seus estudos nas melhores universidades do Brasil e exterior, que lhe garantiu uma formação técnica irretocável e um currículo brilhante.
Nessa reunião você apresentará um projeto na qual vem se dedicando há algum tempo e, se aprovado, lhe colocará no topo não só na empresa onde trabalha, mas no mercado.
Você olha-se no espelho com aprovação. O meio sorriso e a cabeça levemente inclinada para trás dizem, em uma linguagem não verbal, de sua elevada autoconfiança. Finaliza a produção com uma gota de perfume suave atrás de cada orelha.
Ao chegar na reunião no horário marcado, todos estão sentados ao redor da grande mesa. No entanto, ao contrário de sua expectativa, o clima é tenso, desagradável. O decisor, a pessoa que dará a palavra final sobre o projeto que você apresentará, está sentado à cabeceira da mesa e a sua expressão facial é similar a desse bebê.
COMO VOCÊ AGIRIA NESSA SITUAÇÃO?
Essa “história” com “h”, embora eu a tenha criado, é porque situações similares a essa são mais comuns do que se possa imaginar nas empresas. O que explica, em parte, o resultado das pesquisas[i], a seguir.
👉 Um levantamento da plataforma LinkedIn mostra que a Habilidade de Comunicação passou a ser a mais valorizada pelo empregador desde a pandemia;
👉 89% dos recrutadores no Brasil dizem que quando uma contratação não dá certo, geralmente é pela falta de habilidades comportamentais;
👉61% dizem que as habilidades comportamentais no ambiente de trabalho são tão importantes quanto as habilidades técnicas;
👉78% dos anúncios no LinkedIn tem como requisito habilidades de comunicação;
👉 58% deixa o emprego por não se sentirem valorizados pelo seu superior;
👉 55% das empresas pesquisadas declararam que a produtividade e o engajamento dos
colaboradores diminuiu desde a pandemia.
Certamente você já conhece esses dados, o meu objetivo em reapresentá-los é apenas lembrá-lo da importância deles no ambiente de trabalho. Até porque, tão importante quanto o que sabemos, é o que fazemos com o que sabemos. Concorda?
E, sabemos que
A COMUNICAÇÃO É UM DOS MAIORES DESAFIOS QUE OS LÍDERES ENFRENTAM NO AMBIENTE DE TRABALHO.
Muitos líderes não conseguem engajar seus colaboradores (sobretudo equipes remotas), não conseguem performar o time, reter talentos e manter a produtividade em um nível aceitável.
Isso acontece porque muitos líderes não tiveram preparo para lidar com colaboradores com tantas dores emocionais, com colaboradores trabalhando a distância, com a diversidade de perfis comportamentais em uma equipe, com mudanças repentinas no mercado de trabalho e, principalmente, porque muitos líderes aprenderam que basta dar ordens para conseguir o que desejam.
Por essas e outras razões a habilidade de comunicação passou a ser a soft skill mais valorizada e requisitada pelo mercado empregador. Saber como lidar com o outro e consigo mesmo em momentos desafiadores, de conflito, de decepção, ou a vivida pelo personagem da “história”, é preciso mais do que habilidade técnica.
Por isso, o que não deixo de dizer em minhas palestras de comunicação é que não basta somente habilidades técnicas para garantir seu sucesso no cargo que ocupa é preciso também, habilidades de comunicação.
Você pode ser o melhor na sua área, pode ter o maior conhecimento e ser o mais diferenciado naquilo que você faz, mas se você não tiver habilidades de comunicação não alcançará o resultado esperado.
Saber O QUE e COMO dizer ao outro na hora certa, na medida certa e da forma certa, independentemente se o outro é a pessoa que senta à cabeceira da mesa de reuniões ou a pessoa que limpa o banheiro é que faz de você um profissional que as empresas precisam. Ou seja, profissionais que promovam comunicação sistêmica e humanizada no ambiente de trabalho.
Dina Velleda – Dra. em Comunicação
[i] VELLEDA, Dina. (In)comunicação em Negócios: saiba o que comunicar e como comunicar para ter melhores resultados nos negócios e na vida pessoal. 1ºed. Itajaí, 2022.