A publicidade é uma estratégia de comunicação muito utilizada pelas organizações púbicas e privadas de diferentes segmentos, pois a publicidade se dedica à divulgação de produtos, serviços e/ou imagem de marca objetivando vendas (de forma explícita ou implícita). No entanto, o processo estratégico de sedução do cliente tem seu início anterior a publicidade e vai além dela. Em se tratando de um produto, por exemplo, esse processo tem início na indústria com o desenvolvimento de produtos com design estético com formas e cores cada vez mais atrativos e pensados para contemplar as necessidades próprias de um estilo de vida contemporâneo, que carrega a proposta de tornar o produto desejável. Contudo a sua aquisição está associada a estratégias desenvolvidas no ponto de venda (loja física ou virtual) por meio de técnicas de merchandising que conduzem ao consumo, muitas vezes por impulso. Ainda que a publicidade já tenha preparado o consumidor para desejar os produtos anunciados, se o produto não é encontrado ou não está exposto de forma adequada, a venda não é consumada. Logo, a publicidade é apenas parte de um processo mais complexo. Ocorre que a publicidade, por ser pública, é uma das ocorrências mais visíveis desse processo que contribui para construção de concepções de mundo (crenças, valores, modo de ser/estar na sociedade) e interesses estratégicos dessas organizações. Por reducionismo, é comum ser atribuído à publicidade, as consequências por um dizer (da organização) que nem sempre é ético e/ou está alinhado com o exigido pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR). Por essa razão, a publicidade (ou somente ela) não deveria carregar as consequências de seu dizer, pois que esse discurso faz parte de um processo estratégico mais amplo, que deve ser observado na sua totalidade e não de forma fragmentada.